O tempo avança e luto para conquistar finalmente a calma. Penso que a conheço, mas ela me foge invisível. Em minha pressa de fazer sozinha, como se eternamente eu não vá ter com quem contar, me vejo a cada dia mais veloz, elétrica, acelerada. O que ontem sequer existia me invade e amanhece urgente, imprescindível, essencial.
Em minha ânsia de viver, esqueço de respirar. E o que é pior: sufoco também.
Não importa o quão triste isso tudo me pareça. Nada vai mudar o fato de que não se toca o tempo com a mão. Não posso empurrá-lo ou puxá-lo, ele não vai nem vem, não pode que lhe sejam.
Admito, tenho pressa. Mas é pressa de encontrar abrigo e finalmente descansar. Pressa de ter calma. Pressa é sempre inimiga. É que nessa correria feia, por mais vezes me perco no caminho, sem conseguir chegar.
Espero que eu, sempre tão rápida, não aprenda tarde demais!!O que antes parecia impossivel de transpor hoje nada mais é que uma real e intransferivel verdade.